28 de março de 2024
Mundo Pet

Animais em condomínios, uma nova realidade

O condomínio deve explicitar no regulamento interno ou convenção não só o que é permitido em suas áreas comuns.

São inegáveis os benefícios que cães e gatos trazem pela sua simples presença e essa estreita relação com os animais de estimação deve ser feita de maneira responsável levando em conta o bem-estar e a saúde dos animais e das pessoas, dessa forma é necessário se trabalhar, principalmente em condomínios as regras para prevenção de doenças, algumas zoonoses, que que podem ser transmitidas do animal para o humano e do humano para o animal, controle epidemiológico e reprodutivo, assim como estimulação de posse responsável para que a convivência seja plena e saudável.

Com a verticalização das cidades e procura crescente por condomínios fechados, é fundamental que haja regras claras, preservem o bem-estar e saúde das famílias e seus animais, para que possam entender e assim seguir. O condomínio deve explicitar no regulamento interno ou convenção não só o que é permitido em suas áreas comuns, mas também devem atentar para a preservação da saúde dos condôminos e seus animais para que a saúde de todos não seja afetada, considerando que todo o animal possui direitos e que o desconhecimento e desprezo desses direitos podem levar o condomínio à pratica de crimes contra os animais e contra a natureza.

Um grande desafio é a ausência de profissionais como o médico veterinário na elaboração desses documentos, já que o jurídico tem conhecimento da legislação, porém não do comportamento animal e do que protege ou fere o seu direito ao bem-estar e a saúde. Muitos animais acabam desenvolvendo problemas comportamentais pelas restrições de regimentos internos e convenção, como hoje em condomínios não se há regras sobre controle reprodutivo nem nenhuma exigência da comprovação de cuidados necessários para manter os pets saudáveis de forma preventiva, doenças podem ganhar espaço em condomínios assim como reprodução indesejada e vocalizações excessivas normais quando fêmeas entram em cio e machos sentem o cheiro à uma distância considerável apresentando comportamento compatível com a espécie não castrada, portanto apta a reprodução.

É fato que de acordo com a nova realidade, principalmente após a decisão favorável do STJ, as normas que temos hoje, precisam urgentemente de ajustes, já que a convivência e aceitação de animais é uma realidade, cabe à nós, trabalhar nas normas para que a convivência seja segura e o mais prazerosa possível, já que hoje animais são classificados como co-terapêutas, é fato que a simples companhia dos pets ajudam na recuperação de pessoas com várias necessidades físicas e emocionais, diversos problemas infantis podem ser melhorados , como estudos mostram, crianças autistas apresentam diminuição nos comportamentos negativos, como agressividade, alienação, isolamento, entre outros com a presença de cães.

O tratamento do câncer, resulta em muitos desgastes nesses casos, o convívio com animais, também trás uma série de benefícios, afinal o contato com os animais ajuda a liberar diversos hormônios do bem: endorfinas beta, prolactina e oxitocina. Eles todos atuam regulando as taxas de cortisol, hormônio relacionado ao estado de alerta, o que reduz o estresse.

Além disso, essa convivência libera outro hormônio, a acetilcolina, que está relacionada ao estado de tranquilidade, diminuição da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, enfim, todos sintomas do estresse. Infelizmente, a criação de pets em condomínios não é bem regulamentada e para que isso seja feito de maneira à evitar problemas posteriores, é inevitável que o médico veterinário acompanhe esse processo, já que é o único profissional capacitado para cuidar da saúde e bem-estar dos animais de companhia.

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